DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS DA SOCIOLOGIA
Os últimos anos tem se caracterizado, por um lado, pelo
aumento dos confrontos e tensões ao redor do mundo, seja no que diz respeito
aos desafios da crise política e da corrupção, seja no que tange ao conflito
migratório. Por outro lado, observamos uma diversidade cada vez maior das
formas de organização social, das novas configurações da desigualdade, das
lutas políticas, das dinâmicas dos protestos e das manifestações, assim como dos
problemas que afetam as economias e a política dos Estados nacionais. Da
globalização ao altermundialismo, dos espaços nacionais à circulação
internacional, dos protestos de rua às manifestações virtuais, estas
movimentações, conflitos e dinâmicas têm contribuído para colocar em discussão
as possibilidades analíticas de uma sociologia mundial e de categoriais cada
vez mais universais de investigação sociológica.
Nesse sentido, grandes desafios teóricos e metodológicos
são postos para a sociologia na atualidade. Dentre eles o reconhecimento das
limitações dos marcos interpretativos, consagrados na sociologia clássica e
moderna, que se impuseram aos cientistas sociais. O estudo de experiências sociais
consideradas limites, como as observadas, sobretudo nos países latino
americanos, tem contribuído para demonstrar a necessidade de diversificação dos
modelos analíticos, dos saberes produzidos a partir disso e do diálogo
científico. O desafio epistemológico emerge das tentativas inovadoras de fugir
dos antagonismos “universalismo” versus “relativismo”. Estas discussões abrem caminho
para pensar aquilo que alguns autores denominam de “sociologia transnacional[1]”, cujas fronteiras são mais flexíveis e
abertas a múltiplas experiências e objetos de análise.
Os últimos congressos nacionais e internacionais da área
(Associação Latino Americana de Sociologia/ALAS; Sociedade Brasileira de
Sociologia/SBS e International Sociological Association/ISA) já têm apontando o
crescente desafio para compreender, a partir de uma agenda de pesquisa plural e
diversa, as novas experiências no campo das ciências sociais. Dentro disso, alguns autores, dentre
eles Immanuel Wallerstein, tem se preocupado com as características das
ciências sociais no século XXI e o fim do mundo como o
conhecemos[2].
Portanto, tem sido um desafio constante para a sociologia
como prática científica acompanhar estas mudanças mostrando-se uma ciência mais
aberta às novas possibilidades de análise, perspectivas metodológicas e aos
debates teóricos que decorram desta multiplicidade de eventos. Isso envolve,
certamente, levar em consideração a criatividade acadêmica, o intercambio
interinstitucional e a importância da sociologia para compreensão das mudanças
no mundo de hoje. Estas e outras questões nortearam a realização do I Seminário
Nacional de Sociologia da UFS.
[1] MARTINS,
P. H. A sociologia latino-americana entre os desafios da descolonização
planetária e a reconstrução da utopia democrática. Uma Reflexão a Partir da
ALAS. Entrevista. REALIS, v. 1. N. 1, jan-jun 2011.
[2] WALLERSTEIN,
Immanuel. O fim do mundo como o conhecemos: Ciência Social para o século XXI.
Ed. REVAN, 2003.
Muito boa a apresentação
ResponderExcluirPerfeito.
ExcluirGrande tema ... a possibilidade de uma sociologia mundial hoje ... será? O q me pergunto é se precisamos de uma "sociologia mundial" ... a sociologia ajudou tanto nesta modernidade euro-setentrional q me pergunto se não está na hora de prestar mais atenção nas emergências locais e com estas aprender! Agora q ninguém mais se proclame "universal" pois isso, desconfio, não deu em coisa tão boa assim. Bola em campo ... o debate tá bom!
ResponderExcluirQual o e-mail para contato?
ResponderExcluirCaro,
ExcluirEste é o email para contato: seminarioppgsufs@gmail.com
Cadê a publicação dos trabalhos apresentados? Já se passaram mais de 2 meses e até agora nada, nem uma nota de satisfação.
ResponderExcluir